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Livro de prefácios
e comentários

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Wanderlino Arruda

2014


Palmyra Santos de Oliveira

Uma vida não basta ser vivida.

Ela precisa ser sonhada. 

Mario Quintana

No dizer de Howard Whitman, “todos nós temos três necessidades emocionais básicas: sentirmo-nos estimados, importantes e seguros. É preciso que alguém goste de nós. Precisamos sentir que valemos alguma coisa. E precisamos sentir-nos a salvo de incertezas”. Esta uma preciosa lição que aprendi em uma Seleções de setembro de 1952, pouco menos de dois anos depois da minha chegada para viver e muito conviver em Montes Claros. Tenho absoluta certeza de que foi uma página da maior importância em todos os momentos de minha vida, principalmente na observação e no acompanhamento das pessoas que realmente gostam e desfrutam desta cidade, como é o caso da escritora Palmyra Santos de Oliveira, irmã do meu amigo José Gomes e mãe de quase uma dúzia de moças e rapazes, que tanto bem têm feito a este mundo de meu Deus. D. Palmyra é árvore, é ramo, é flor e também é fruto de um tudo de bom que a vida oferece e nos pode oferecer. Gosto dela, de como é, de como se mostra, de como administra cada minuto de existência. Amada-amante de todas as realidades e de todos os sonhos!

         O livro ETAPAS DE MINHA VIDA, segundo da lavra de D. Palmyra, que você, leitor/leitora, vai ler, em seguida, é um fiel atestado do muito que ela sabe e da enormidade de bons sentimentos com que ela viveu bons tempos de Montes Claros e excelente tempos de Porteirinha, sedes dos seus domínios de amor, de serviços à cultura e de um importante plantar de amizades e carinhos. Tudo tem sido como um abrir janelas e respirar todos os azuis dos dias e das noites de uma vida de encantos. Tudo uma luminosa saudade para colorir santas lembranças, santíssimos sentimentos que ela soube nutrir em cada olhar que teve e que provocou, em cada passo que deu ou que chamou para perto de si. Nenhum mistério, porque a realidade tem que ser bonita, tem que ser visível, à luz do sol ou ao pisca-piscar da lua e das estrelas... Que cidade agradável e gostosa era a Montes Claros dos seus tempos de menina e de menina-moça: ricos quintais, doces brinquedos na porta da rua, vizinhos alegres e bem informados, tudo um universo para aprender e ensinar, eterno palco em meio de um empolgado auditório, ninguém sabe se mais de crianças que de adultos, hoje somatório de lembranças com dezenas de nomes de pessoas e de famílias: D. Consuelo, D. Inhá, Fani Maurício, Neusa, Nivaldo e Benedito Maciel, Juca de Chichico, Natália Peixoto, Píndaro, Maria Inês, Tatá, Umbelina, Artimínia, os tios Ulisses e Ambrosino, o avô Viriato, o pai Manuel, a mãe D. Laura...

       História, estórias, casos e causos, muito ou tudo da mineiridade de D. Palmyra, tudo. Lindos momentos de pura amizade, evocações de sabores, evocações de saberes, sons e cores, afirmações de fé, perspectivas que só a paixão montes-clarense de início de século pode aflorar. Neste livro a autora não faz economia de amor, não deixa qualquer sentimento para depois. Tudo, tudo mesmo, é um constante hoje, um agora, uma sempiterna visão de quem sabe apreciar o mais apreciável de cada segundo vivido e amado. A Rua Doutor Veloso, o largo São Sebastião, mais tarde Praça Coronel Ribeiro, a Rua Bocaiúva, o centro da cidade, os bairros, as cercanias, as subidas e descidas, assim como as casas de comércio e as residências, cada coisa tem um valor, marca um sentimento, representa uma virtude. E as pessoas mais próximas do seu relacionamento – como a Gringa, José Galinha, Francisca, Tereza, Niqueda, Santa, Silvéria, Maria Violão, Bela, D. Josina, assim como a feira, a viagem a Bom Jesus da Lapa, os passeios, os fatos surpreendentes, até os registros de genealogia, que coisa mais interessante! O tempo não pára, mesmo que a saudade faça as coisas pararem ou as fixe para a eternidade de quem ama e, em verdade, gosta de amar. Um momento de poesia vale tanto quanto um milênio de sentires, principalmente quando esse momento é escrito e descrito por minha amiga, D. Palmyra, autora e dona deste Livro. O segredo – bem lembrou Mário Quintana - não é cuidar das borboletas, mas cuidar do jardim. Havendo jardim, muito haverá de borboletas. Importante que o valor seja dado ao que realmente importa! Devemos sairmos à rua ou ao mundo abertos aos caminhos e ao caminhar, sempre dispostos ao que possa acontecer - melhor dizendo - dispostos às venturas e aventuras.

       Penso em D. Palmyra na mesma medida que penso em Cora Coralina, porque para ambas a vida seria curta ou longa demais -  e sem sentido  - se não tocasse o coração das pessoas. Marcante é o colo que acolhe, o braço que envolve, a palavra que conforta, o silêncio que respeita, a alegria que contagia, a lágrima que corre, o olhar que acaricia, o desejo que sacia, o amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que realmente dá sentido à vida. É e será! E que este livro da minha companheira de Instituto Histórico, mãe do presidente Itamaury, seja um precioso presente, um importante momento de leitura para você, leitor/leitora, acredito gente boa também do meu coração!

        Parabéns, sempre menina-moça, PALMYRA SANTOS – Santos, Teles, Oliveira -  glória de Montes Claros, magnífica glória de Porteirinha, cidade mãe dos seus filhos Irani, Itamar, Iolanda, Itajahy, Iracy, Ítalo, Ilacir, Itamaury, Isani, Ivan e Ilmar.

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